Troca de conhecimento: foi com esse objetivo que as dinamarquesas Frida Lea Fugl, estudante de dramaturgia e Marie Boda, estudante de atuação de uma faculdade de Artes Cênicas, que fica na cidade de Copenhagen, na Dinamarca, estiveram em Mato Grosso, durante o mês de outubro.
Para Flávio Ferreira, diretor artístico da MT Escola, o intercâmbio é muito importante. “A troca de experiência é muito valiosa. Então, ao mesmo tempo em que elas puderam conviver conosco, conhecer o teatro e a nossa realidade, elas também trouxeram um pouco da cultura da Dinamarca. Frida e Marie se apresentaram com os estudantes em um espetáculo montado por elas e puderam conversar e conviver com eles”, explica.
Durante o período em que estiveram em Mato Grosso, as meninas se divertiram conhecendo lugares turísticos do estado, bem como a aldeia Nova Esperança, em São Marcos, onde tiveram uma vivência com o povo Xavante, acompanhando um pouco a rotina dos moradores dessa região.
As duas também revelaram algumas diferenças entre a The Danish National School of Performing Arts (DASPA), onde elas estudam, e a MT Escola de Teatro. “Diferente daqui, lá não tem as aulas de núcleo, que reúne todas as ênfases. É cada um na sua área específica. Aqui os alunos são mais independentes. Lá, só há duas vagas para estudantes de dramaturgia, então é muito difícil conseguir entrar”, destaca Marie Boda.
Questionadas sobre fazer intercâmbio no Brasil, a dupla respondeu que os alunos brasileiros são mais politizados e têm consciência histórica. “Eu estou muito inspirada pelas histórias que o Flávio trouxe porque elas abriram a minha mente. E a relação que vocês têm com as matas e com a espiritualidade. Essa forma que vocês veem o mundo”, afirma Marie.
“Nós temos o desejo de manter esse projeto de intercâmbio e também mandar estudantes nossos para faculdades do exterior. Apesar de algumas diferenças de grade, por exemplo, lá, o curso de tecnólogo tem a duração de 3 anos, aqui são apenas 2”, diz Flávio.
“A maior diferença que eu vi foram as microcenas, por que passava um sentimento de coletividade, uma sensação de que estávamos muito ligados ao público. E também a quantidade de músicas que existem juntamente com as peças. Principalmente as músicas ao vivo”, conta Frida Lea Fugl. Ela acrescenta que na Dinamarca existe um jeito muito tradicional de fazer teatro e aqui parece que existe mais liberdade para criar. “Além do calor humano, é claro”, salienta.
Entre as coisas que conquistaram Mari, está a abertura de comunicação. Já Frida se encantou com a generosidade e receptividade do povo mato-grossense.
Sobre a MT Escola de Teatro
Maior projeto de artes cênicas de Mato Grosso, a MT Escola de Teatro foi inaugurada em 2016 pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e oferece o curso superior de Tecnologia em Teatro gratuitamente para os alunos. Nesses anos, já formou profissionais graduados que atuam tanto em Mato Grosso quanto fora do Estado, nas áreas de teatro, cinema, televisão e docência.
O polo de formação funciona no Cine Teatro Cuiabá, com gestão compartilhada entre a Secel e a Associação Cultural Cena Onze. Após a conclusão de quatro módulos de ensino (quatro semestres), o estudante recebe a formação de tecnólogo.