Ivam Cabral apresenta ‘Todos os Sonhos do Mundo’ no Cine Teatro Cuiabá
Publicado em: 03.03.2020

Ivam Cabral em cena no espetáculo “Todos os Sonhos do Mundo”. Foto: André Stefano/Divulgação
O Cine Teatro Cuiabá recebe, neste sábado (7), às 19h30, a apresentação do espetáculo “Todos os Sonhos do Mundo”, solo de Ivam Cabral, com direção de Rodolfo García Vázquez, coordenador das áreas artísticas e coordenador geral da MT Escola de Teatro — ambos são fundadores da Cia. Os Satyros (SP). Os ingressos para a sessão custam R$ 20 e R$ 10 (meia). Estudantes da Instituição não pagam.
A dramaturgia tem como mote disparador a depressão que acometeu Ivam Cabral a partir do início dos anos 2000. Relutante, no princípio, em aceitar a doença e buscar tratamento adequado, o ator e dramaturgo encontrou uma ajuda essencial em um livro, “O Demônio do Meio-Dia”, de Andrew Solomon.
A ideia para a performance começou a tomar corpo em 2014, momento em que Cabral estava lendo bastante poesia. Sem jamais ter atuado em um monólogo antes, ele e Rodolfo García Vázquez começaram a elaborar uma montagem solo multifacetada, com aspectos líricos, dramáticos e performativos. De cara limpa, Ivam Cabral estaria em contato direto com o público, contando essas histórias duras, mas saborosas, permeando-as com a leitura de poemas, sobretudo de autores que se suicidaram ou também sofriam com depressão.
A mãe com sua alma melancólica, o tio que se tornou um ermitão, os últimos dias do irmão e melhor amigo, a história surreal e subversiva da Jane peidorreira, narrativas profundamente humanas que se transformariam, mais tarde, na base dramatúrgica do espetáculo solo que apresenta desde 2016 em diversas cidades do país.
A narrativa da peça mescla poemas do autor decadentista Mário de Sá-Carneiro e da ícone feminista Florbela Espanca, ambos portugueses de alma complexa que terminaram seus dias com o suicídio, assim como escritos dos brasileiros Mario Quintana e Olavo Bilac.
De grande novidade literária, contudo, são alguns poemas pela primeira vez traduzidos e publicados em livro no Brasil, caso dos escritos dos russos Serguei Iessienin e Aleksandr Blok. Constam no volume, ainda, poemas e versos de Rainer Maria Rilke, Konstantinos Kaváfis e Alfonsina Storni, vertidos por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez a partir do original ou de outras versões.